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Desporto de Inclusão, Desporto para Todos

Escrever sobre como o desporto pode ser uma ferramenta de inclusão de grupos de risco, de integração e de combate ao isolamento e solidão é uma forma de trazer consciência à sociedade de como o desporto é um meio indiscutível de desenvolvimento, integração e crescimento.

Quando conseguimos introduzir nos nossos sistemas educativos, sociais e de saúde o acesso à prática desportiva, nas mais variadas formas das suas modalidades e estruturas conseguimos promover a saúde física e mental das nossas diferentes populações.

Começo por abordar a componente desportiva no ensino, é importante que o nosso sistema educativo comece a conceber a atividade desportiva como uma ferramenta de desenvolvimento pessoal, ético, social e moral das nossas crianças e jovens. O desporto não pode nem deve ser concebido apenas com as características da componente física, mas sim como uma aprendizagem, experiência e desenvolvimento da personalidade das crianças e jovens. Assim o próprio sistema educativo deve oferecer a esta população mais horas de prática e mais modalidades que promovam afiliação, disciplina e integração. A disciplina de educação física deve ser reprogramada na sua carga horária e na sua diversidade curricular. Para tal, é importante que se transformem crenças sociais que nos dizem que o sucesso dos indivíduos advém da sua intelectualidade e começarmos a tomar consciência que o sucesso de cada um de nós advém da nossa capacidade de integração, da nossa valorização pessoal, da nossa auto-estima, capacidade de afiliação, entrega e superação. Através dos conteúdos e conceitos da Psicologia do Desporto todas estas áreas são desenvolvidas na experiência desportiva.

As nossas crianças e jovens através da prática e envolvimento desportivo desenvolvem e promovem competências como a comunicação, relacionamento com o corpo, relacionamentos inter-pessoais saudáveis, comportamentos éticos, tudo valores que se irão refletir em todas as áreas das suas vidas.

Arrisco a afirmar que já existem muitas crianças e jovens afiliados a modalidades e prática desportiva na busca terapêutica do seu desenvolvimento social do que propriamente na questão do desenvolvimento físico.
Acredito e defendo que a Psicologia do Desporto tem um papel fulcral na criação de determinados programas desportivos no contexto escolar para a promoção de todas estas competências. Acredito também que crianças e jovens em risco encontram no contexto desportivo escolar um refúgio e um gatilho saudável para o seu desenvolvimento físico e mental. O bullying é outro tema polémico e atual que pode e deve ser trabalhado através da prática desportiva, jovens que são estimulados e que crescem envolvidos nos valores morais e desportivos tendem a ter características comportamentais mais humanizadas como também jovens com mais dificuldade de integração em grupos de pares tem a sua afiliação mais facilitada através da prática desportiva.
Defendo e acredito que as instituições publicas (municipais e sociais) podem e devem criar e implementar às suas populações programas desportivos que permitam combater a solidão, o sedentarismo e promovam assim a saúde mental.

Vivemos numa era onde escasseia os relacionamentos e as dinâmicas interpessoais e presenciais, torna-se então primordial conseguirmos através da prática desportiva, aproximar pessoas, aproximar hábitos e comportamentos saudáveis.

O desporto é como que uma religião que tem o poder de mover massas em todas as suas formas e devemos direcionar esta enorme potencialidade do desporto para a vertente humana, educativa e social.

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